Para Welber Barral, sócio da Barral M Jorge Consultores e ex-secretário de Comércio Exterior, o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre mostra que o modelo de incentivo ao consumo, que foi importante e eficiente para enfrentar a crise em 2008, já se esgotou.
Barral destaca que o PIB foi sustentado pelo consumo das famílias, que cresceu 0,6% no segundo trimestre, na comparação com os três primeiros meses do ano, e pelo consumo do governo, que teve elevação de 1,1%, enquanto o investimento representado pela Formação Bruta de Capital Fixo caiu 0,7%. “Isso mostra que há um limite para o aumento do consumo e para a capacidade da indústria doméstica em atender esse consumo. É preciso incentivar investimento.”
Para Barral, porém, o investimento no nível necessário demanda mais do que redução da taxa de juros básica ou dos juros cobrados em linhas de financiamento. “É preciso redução de carga tributária e de burocracia e melhora da infraestrutura logística.” Segundo ele, a desoneração de folha que o governo federal tem feito e anunciado ampliar tem pouca contribuição na redução de carga tributária e tem efeito nulo em segmentos mais automatizados.