O dólar fechou em forte queda nesta segunda-feira (28), chegando perto do patamar de R$ 2. A última vez que a moeda terminou abaixo de R$ 2 foi no dia 2 de julho de 2012, quando encerrou o pregão cotado a R$ 1,9874 para a venda.
A moeda americana fechou em queda de 1,51%, a R$ 2,0014. No ano, a divisa acumula desvalorização de 2,12%.
A queda na cotação da moeda veio depois que o Banco Central deu sinais de que aceitaria uma moeda brasileira mais valorizada para conter a inflação.
A especulação de que o governo agora quer que o dólar fique em torno de R$ 2 cresceu depois que o BC anunciou a rolagem de 37 mil swaps cambiais tradicionais que vencem em 1º de fevereiro – ou seja, esses contratos serão substituídos por outros, e não retirados do mercado no vencimento.
Estes contratos, que imitam a venda de dólares no mercado futuro, foram inicialmente vendidos pelo BC para dar liquidez ao mercado de câmbio no final do ano passado, período em que tradicionalmente há mais escassez de dólares no país.
A rolagem dos swaps "é uma boa indicação de que realmente eles estão tendo uma tolerância maior à valorização do real,pelo menos no curto prazo. Acho que isso é bem ligado à deterioração da inflação", disse a estrategista do RBS Securities, em Stamford, nos Estados Unidos, FlaviaCattan-Naslausky.
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) dominou as atenções dos mercados domésticos de juros e câmbio, puxando os contratos de juros futuros para cima e colocando o dólar nas mínimas em cerca de duas semanas.
Investidores estrangeiros e bancos devem trabalhar ao longo da semana para manter as cotações em níveis baixos, buscando ganhos com as posições vendidas em dólar que sustentam por meio de derivativos cambiais na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F).
O dólar tem operado acima de R$ 2 desde o início de julho, quando o governo interveio para determinar uma cotação mais favorável aos exportadores brasileiros.
Investidores apostam que o governo vai favorecer um dólar mais baixo pelo menos durante o primeiro trimestre do ano, quando as pressões inflacionárias são tradicionalmente mais altas no país.
Na semana passada, a moeda americana fechou praticamente estável, a R$ 2,032. Desde o início do ano, o dólar se desvalorizou 0,62%.