“Tratamos das dificuldades das empresas em relação à gestão financeira”, disse Celso Mangueira, para quem muitas empresas enfrentam dificuldades de funcionamento porque a área financeira delas “fica um pouco a desejar”.
Consumo consciente
Nesse sentido, segundo ele, ocorre um descontrole, falta orçamento, falta de fluxo de caixa e a situação se complica mais “quando o dinheiro do empresário é misturado ao da empresa”. Na entrevista, ele também discorreu sobre educação financeira, principalmente no tocante ao consumismo voltado para o consumo consciente.
De acordo com Celso Mangueira, muitos consumidores compram por impulso, o que acaba sendo prejudicial à saúde financeira deles. Antes de sair comprando por impulso, de acordo com o presidente do Corecon-PB, o consumidor precisa fazer três perguntas a si mesmo: Preciso daquilo? Se a resposta for não, ok. Se a resposta for sim, ele pergunta-se: Tenho dinheiro? Se tiver dinheiro, parte para outra pergunta: tem que que ser agora? “Quando o consumidor faz estas perguntas a si próprio, ele passa a comprar com racionalidade”, observou Celso Mangueira.
Requisitos para saúde financeira
Ele ainda discorreu sobre a necessidade de o cidadão se preocupar e procurar sua saúde financeira, que significam contas reguladas e controladas. Celso Mangueira recomenda que o consumidor leve em conta seis questões para ter saúde financeira:
- Contas em dia;
- Reserva de 10% da renda líquida;
-Ter reserva de emergência;
-Fazer acompanhamento dos gastos maiores;
- Acompanhar o orçamento;
-Fazer o controle bancário (verificar o extrato regularmente);
“Fazendo isso, com certeza, ele terá a saúde financeira desejada”, frisou o presidente do Corecon-PB, para quem é preciso ter estabilidade financeira pessoal e familiar, para poder se pensar no futuro, em um segundo momento. “Primeiro, o cidadão precisa ter saúde financeira regular. A partir daí, terá dívidas sob controle, porque dívida não é ruim, desde que seja para adquirir um patrimônio e esteja sob controle”, reforçou.
Para ele, quando a saúde financeira estiver controlada, é preciso começar a pensar no futuro a curto, médio e longo prazos. O curto prazo é de dois anos. Nesse tempo, pode-se pensar na compra ou troca de um carro. O médio prazo é um período de cinco anos, que necessita de gastos mais elevados. E no longo prazo, superior a cinco anos, pode-se pensar na compra ou troca de um imóvel, na aposentadoria, no investimento em fundos de pensão privado etc.
Planejamento é essencial
“Tudo isso deve ser programado, principalmente quando sabemos que a Previdência Social, mais cedo ou tarde, passará por um enxugamento e não vai atender plenamente aos momentos da idade de aposentadoria de todos os brasileiros”, destacou.
Por fim, Celso Mangueira disse que o brasileiro está vivendo mais e não terá cobertura financeira no futuro. “O cidadão tem que pensar em se aposentar com 80 anos e saber que pode viver mais 20. Tem que começar a fazer um bolsão para ter um bom padrão de vida, com uma situação financeira equilibrada. É essa a preocupação que devemos ter em relação ao futuro: viver bem”, reforçou Celso Mangueira.