AO NOVO MUNDO QUE TARDA

Artigo 13/04/2020


A pandemia de coronavírus nos ensinará, na dor, a criar um mundo mais afeito à ética da solidariedade e do bem comum. Não faltam as condições necessárias! Façamos, portanto, jus ao processo civilizatório que já nos irmana por laços vitais de interdependência. Em todos os países e cidades não existem mais eus, somos todos nós.

A história demonstra uma crescente margem de não realização humana possível de felicidade e bem-estar. É como se as pessoas vivessem em contradição permanente: sabem da positividade e virtude do bem, mas praticam o mal, que também é para si.

As sociedades sempre se capacitam para atender esse nível superior de satisfação da população. Há suficientes fundamentos objetivos. O desenvolvimento das forças produtivas supera, em tempo cada vez menor, os seus inimagináveis níveis anteriores.

E haja inovação, eficiência e capacidade de produção de uma imensa, variada e crescente gama de bens, serviços, facilidades e utilidades, com altíssima qualidade. Esse manancial é mal ou subutilizado, com desperdício de bem-estar que podia proporcionar.

É notório o anacronismo dos sistemas social, institucional, político, jurídico, ideológico, etc. Essa roupagem superestrutural do mundo está se rachando pelas suas costuras. Não cabe mais nela a correspondente estrutura produtiva e científico-tecnológica.

Cresce a reação mundial a esse rumo roto, com os seguintes focos: a) a absurda concentração econômica: 1% da população detém 84% da riqueza e 22% da renda e b) as forças reacionárias que impedem o êxito das justas aspirações sociais progressistas.

O auge desse desajuste social básico virá com a IV Revolução industrial, já em curso. Os avanços tecnológicos serão radicais: Inteligência Artificial, Automação, Sistemas Ciber-físicos, Internet das Coisas, Realidade Virtual e Computação Quântica.

Emerge uma nova civilização baseada nas relações entre pessoas e coisas que pensam, decidem e agem com grande peso no provimento dos meios da vida humana. O obsoleto universo socioeconômico e político implodirá, sob novas forças da sociedade.

Há práticas democráticas inovadoras. Sistemas online unem bilhões de pessoas, em todo o mundo, em atuação política relevante. Esse é o caminho de recriação sociopolítica própria à adequação da prosperidade econômica ao primado da dignidade humana.

 

Rômulo Soares Polari

Professor e ex-Reitor da UFPB



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